‘Tentaram corromper a Polícia Rodoviária Federal para não deixar pobre votar’, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (10) que “tentaram corromper a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para não deixar pobre votar” nas eleições de 2022. Sem citar o nome do ex-diretor-geral da instituição Silvinei Vasques, que foi preso nesta quarta-feira (9) por uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral do ano passado, o petista criticou a utilização ilegal do órgão.

“O povo brasileiro resolveu dizer não aos quase R$ 300 bilhões que foram utilizados no ano da campanha. Eu vou repetir, quase R$ 300 bilhões foram jogados no ralo para ver se comprava voto. Foi utilizada e tentaram corromper a Polícia Rodoviária Federal para não deixar pobre votar. Eles não contavam que Deus é maior do que tudo isso. Ele não contava que a gente ia ganhar as eleições”, afirmou Lula.

Como mostrou o R7, mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que Silvinei teria ordenado um “policiamento direcionado” contra eleitores do então candidato à Presidência Lula no segundo turno das eleições de 2022. O então coordenador de Análise de Inteligência da PRF, policial Adiel Pereira Alcântara, afirmou que o ex-diretor-geral teria falado “muita m…” nas reuniões de gestão, “corroborando com os elementos de prova que indicam as ações policiais visando dificultar ou mesmo impedir eleitores de votar”.

Conversas de WhatsApp de 12 de outubro no celular de Alcântara com o policial rodoviário federal Luís Carlos Reischak Júnior, então diretor de Inteligência da PRF, mostram a orientação de uma ação ostensiva para o dia 30 do mesmo mês. “Chamando atenção um trecho no qual mencionam abordagens de ônibus que levam passageiros de São Paulo para o Nordeste”, diz um trecho do documento da PF.

Além disso, a PF obteve acesso ao mapa que mostra as regiões onde havia a concentração de votos no primeiro turno da eleição de 2022 para Lula. Segundo a corporação, o mapa foi usado pela gestão de Silvinei para dificultar o deslocamento de eleitores do petista no segundo turno. O documento foi encontrado no celular de Marília Alencar, então diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Torres pediu a membros da PF e da PRF que se ajudassem em uma atuação conjunta e alegassem que o motivo seria o combate a fraudes eleitorais. O objetivo, contudo, seria interromper o fluxo de eleitores e, assim, tentar diminuir a vantagem de Lula na região para favorecer o presidente e então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).