Por César Santos: Governador foge da Segurança

Artigo publicado pelo jornalista mossoroense César Santos em sua coluna:

O governador e candidato à reeleição Robinson Faria (PSD) não compareceu ao debate sobre segurança pública do Rio Grande do Norte realizado na noite de quarta-feira pela Band Natal. Ele já havia se negado a participar de debate anterior, também sobre segurança, organizado pelas entidades que representam os policiais do Estado.

A fuga, no popular, tem explicação no caos em que o atual Governo colocou o sistema de segurança pública, beneficiando o avanço do crime organizado, em detrimento do cidadão de bem. Nas mãos de Robinson, o RN tornou-se o estado mais violento do país, chegando – em 2017 – a uma taxa de 68 mortes por cada grupo de 100 mil pessoas, superando, de forma negativa, estados como Rio de Janeiro, São Paulo e o vizinho Ceará, onde a violência se apresenta de forma bem acentuada.

Os assassinatos cresceram assustadoramente no atual governo. Fazendo levantamento do período de janeiro a agosto dos três anos de Robinson no poder, o aumento de mortes violentas foi absurdo. Em 2015, 881 assassinatos; 2016, 1.110; em 2017, 1.374. Agora em 2018, foram contados entre janeiro e agosto 1.071 assassinatos.

Não é só, infelizmente. Nos últimos três anos, aumentaram todos os índices de criminalidade no RN, como assaltos, arrastões, arrombamentos, explosão de agências bancárias, agências dos Correios, entre outros.

Esses números refletem na vida das pessoas de forma mais cruel possível, porque elas são marcadas com vermelho de sangue. E não cabe a justificativa que estão morrendo “apenas” os elementos fora da lei. Isso não é verdade. As pessoas de bem estão tombando diariamente, e cada vez na mira dos bandidos.

A insegurança, que abrevia a vida, também muda o hábito das pessoas desprotegidas. Pergunte ao seu vizinho se ele tem coragem de sentar na calçada de casa em qualquer hora do dia ou se tem coragem de atender o celular no meio da rua. Pergunte se ele se sente seguro no local do trabalho, na escola ou na lanchonete.

Pois bem.

Robinson não foi aos debates sobre segurança porque ele não tem o que dizer. Não há como argumentar diante de números tão negativos. Ou pode ter sido por vergonha de ter fracasso na promessa feita nas eleições de 2014, em discursos fáceis e de ocasião, que entraria para a história como o “governador da segurança”.

Dessa forma, e sem qualquer outra saída, Robinson fez a opção de falar sobre segurança nos vídeos bem produzidos para o programa eleitoral de televisão. Coisa de filme mesmo.