Policiais militares e bombeiros decidem continuar com paralisação no RN

Policiais militares e bombeiros vão continuar o movimento em protesto ao atraso de salários, apesar da decisão da desembargadora Judite Nunes, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, que considerou ilegal a ação das tropas. A categoria anunciou que a paralisação das atividades ostensivas estão mantidas, em decisão tomada em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (27).

Prevaleceu a posição da maioria, uma vez que a Associação dos Policiais Militares não tem poder de decisão sobre a tropa, além de a ação ser uma ação individual, segundo a entidade.

“Os policiais militares mudaram de postura e não aceitam mais as condições de insegurança em que estão impostos”, afirmou Eliabe Marques, da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros do RN.

Paralelamente, a assessoria jurídica da entidade trabalha para recorrer da decisão da desembargadora Judite Nunes. A advogada Ana Paula, que representa a associação, os policiais estão cumprindo a lei, logo não poderão ser penalizados. “As viaturas paradas estão com o seguro irregular, portanto, não têm condições de saírem às ruas”, justificou. “O policial está de serviço, mas não pode descumprir a lei de sair às ruas com viaturas irregulares”, afirmou, ao adiantar que vai cobrar uma posição do Ministério Público Estadual. “O Ministério Público tem o dever de fiscalizar o cumprimento da lei e deve exigir a regularização das viaturas. Até o momento, eles estão omissos”, criticou.

A paralisação já dura sete dias. Nesse período, o crime avançou em todo o Rio Grande do Norte, com mais de 50 assassinatos, mais de 300 ações de arrombamentos, assaltos, roubos, arrastões.

Em Natal, parte do comércio chegou a fechar as postas temendo arrastões. Várias lojas foram arrombadas e saqueadas. Em Mossoró, o número de assassinatos disparou nos últimos dias, além de assaltos, roubos, arrastões e arrombamentos em lojas do centro comercial.