MP pede que TCU apure suposto desvio de verbas que deveriam ser usadas para comprar remédios para indígenas

O Ministério Público junto ao TCU pediu nesta segunda-feira a abertura de investigação para apurar desvios de recursos do Ministério da Saúde que deveriam ter sido utilizados para compra de medicamentos destinados ao socorro do povo indígena ianomâmi.

Na representação de cinco páginas, o procurador Lucas Furtado solicita a instauração de uma “tomada de contas especial a fim de conhecer e apurar suposto esquema de desvio de dinheiro de medicamentos destinado aos índios Yanomami, conforme publicado pela Revista ‘Veja’ e mencionado no bojo dessa representação com a devida responsabilização dos envolvidos”.

Na sexta-feira, os repórteres Reynaldo Turollo Jr. e Laísa Dall’Agnol mostraram que os integrantes do MPF em Roraima identificaram, no ano passado, um esquema de corrupção que desviou dinheiro de medicamentos destinados aos ianomâmis.

As fraudes envolveram R$ 3 milhões e há suspeitas de participação de servidores do Ministério da Saúde. Com o avanço da investigação, a entrega de remédios ficou suspensa e houve desabastecimento. Em consequência disso, a malária e as verminoses ganharam força, atingiram pessoas subnutridas e causaram mortes que seriam evitáveis. Nos últimos quatro anos, 570 crianças morreram.

“Conforme demonstrado no bojo da notícia, diversos foram os alertas ao Governo Bolsonaro sobre o risco de uma crise humanitária no território indígena (…) A matéria traz elementos graves acerca de fraude e esquema de corrupção”, diz Furtado.

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