Membros de ‘grupo de extermínio’ que matou 168 pessoas no RN são condenados a 19 e 20 anos de prisão

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Dois homens foram julgados e condenados a penas de 19 e 20 anos de prisão por integrarem um grupo de extermínio no estado do Rio Grande do Norte. O veredicto foi proferido na última quarta-feira (10) durante a noite, quando o tribunal do júri decidiu pela condenação de Diego Cruz da Silva a 19 anos e oito meses em regime fechado. O acusado, que já se encontrava detido em uma penitenciária federal no Mato Grosso, participou do julgamento por videoconferência. Já o vigilante Creginaldo Costa da Cunha Santos foi condenado a 20 anos e oito meses em regime fechado. Após a leitura das sentenças, a juíza Eliana Alves Marinho encerrou o julgamento, e as defesas dos acusados anunciaram a intenção de recorrer da decisão.

Segundo o Ministério Público, o grupo é responsável por 168 assassinatos ocorridos entre 2017 e 2018 nas cidades de Ceará-Mirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Ielmo Marinho.

O julgamento teve início por volta das 9h e ao longo do dia, acusação e defesa se enfrentaram para determinar o destino de um jovem de 27 anos, que confessou ter cometido o homicídio de Pedro Henrique da Silva. O crime ocorreu na madrugada de 21 de fevereiro de 2017 no conjunto Edgar Barbosa, em Ceará-Mirim, região metropolitana de Natal.

O segundo acusado a ser julgado no plenário do Fórum Miguel Seabra Fagundes, na Zona Sul de Natal, foi o homem de 44 anos. Apesar das evidências apresentadas no inquérito pela polícia civil, a defesa alegou que não havia provas suficientes para condenar o vigilante.

O terceiro acusado de envolvimento na morte de Pedro Henrique, identificado como Fabiano Bezerra de Farias, de 43 anos, faleceu na última segunda-feira (8) após sofrer um infarto.

Segundo as investigações, a sequência de mortes ocorrida entre 21 e 22 de fevereiro de 2017 teve início após o assassinato do sargento da Polícia Militar Jackson Sidney Botelho Matos, de 42 anos. O sargento, que servia no 11º batalhão, foi morto a tiros na noite de 20 de fevereiro no centro de Ceará-Mirim. Conforme informações da polícia, entre a noite daquela segunda-feira e a madrugada de quarta-feira, 14 pessoas foram assassinadas a tiros no município.

A perícia do ITEP constatou que a maioria das vítimas apresentava ferimentos na cabeça causados por disparos de arma de fogo. Este é o primeiro julgamento de acusados de envolvimento no grupo de extermínio de Ceará-Mirim.