O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta sexta-feira (03) que a estatal vai permanecer no Rio Grande do Norte. Além disso, o ex-senador potiguar revelou a criação de uma nova diretoria voltada para as energias renováveis, que será sediada no estado.
“Independentemente de analisar o ativo ou não, é perfeitamente possível ao presidente e à nova gestão dizer duas coisas. Uma é que a Petrobras não vai mais sair do Rio Grande do Norte. É como se a gente dissesse assim: ‘Vai encontrar o que fazer?’. Não, já tem o que fazer”, afirmou.
As vendas dos ativos estão mantidas. No entanto, a transferência dos trabalhadores foi suspensa, de acordo com o presidente da estatal. “Estão suspensas aquelas transferências que estavam programadas e engatilhadas automaticamente à venda dos ativos. Porque são pessoas que têm suas vidas no Rio Grande do Norte. Eu sei como é bom vir morar no Rio Grande do Norte. Não quero que ninguém seja expulso, despejado, porque vendeu o ativo”
Prates aproveitou o momento para anunciar a entrada da Petrobras no offshore eólico. Além disso, ele deu a garantia de que a nova diretoria responsável pelo setor na estatal será instalada no Rio Grande do Norte.
“Nós vamos fortemente para o offshore eólico e vamos ser os líderes. E o melhor vem agora. A sede de todo o offshore eólico da Petrobras vai ser aqui no Rio Grande do Norte. Quem quiser conversar sobre a eólica com a Petrobras vai ter que vir a Natal e vai operar lá em Mossoró”, garantiu.
A governadora Fátima Bezerra também esteve na reunião e celebrou os anúncios feitos por Prates. “Primeira coisa é celebrar esse anúncio feito hoje. Segundo, uma outra notícia muito importante porque coloca um cenário promissor para o Rio Grande do Norte, que é o anúncio de que a Petrobras, além da exploração do pré-sal, petróleo e gás, vai se voltar agora para o campo das energias renováveis, considerando o desafio da transição energética”, avaliou a líder do Executivo estadual.
Fátima Bezerra ainda acrescentou: “O presidente da Petrobras acaba de anunciar que não só vai se voltar para essa área criando uma diretoria específica, mas que também essa diretoria ficará sediada no RN. Isso é uma conquista extraordinária. Porque a Petrobras instalar uma diretoria aqui é um reconhecimento do potencial que o RN tem nessa área, inquestionável”.
Polo Potiguar
O Polo Potiguar reúne 22 campos petrolíferos, sendo 19 terrestres e três marítimos. A produção atual dessa área, cuja operação ainda se encontra sob a responsabilidade da Petrobras, é de aproximadamente 21 mil barris de óleo equivalente (óleo e gás) por dia (boe/d), representando 53,8% da média diária total extraída no RN.
Além das jazidas petrolíferas, a área conta com um grande, diversificado e complexo conjunto de instalações, que inclui a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC) e uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), que pertencem ao segmento do refino; e o Terminal Portuário de Guamaré, do segmento de logística.
Em consequência da política de desinvestimentos, intensificada nos últimos seis anos, o Polo Potiguar foi colocado à venda e, em janeiro de 2022, e a estatal anunciou a assinatura de um contrato de compra e venda com a 3R Potiguar S.A., subsidiária integral da 3R Petroleum Óleo e Gás. S.A.
A transação foi precificada em US$ 1,38 bilhão, sendo que a primeira parcela, no valor de US$ 110 milhões, foi paga na ocasião do anúncio feito pela estatal, restando ainda o pagamento de uma segunda parcela, no valor de US$ 1,04 bilhão, quando do fechamento da transação. Os US$ 235 milhões restantes seriam pagos em quatro parcelas, a partir de 2024.