De todo o lixo gerado no Rio Grande do Norte, apenas 18% são reciclados. A estimativa foi apresentada pelo Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do RN (SindRecicla-RN) no 3º Fórum de Reciclagem, que começou nessa quinta-feira (13), na sede da Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN), em Natal. A meta da entidade é alcançar 50% até 2030. O encontro, que segue nesta sextafeira (14), da 9h às 188h, foi pensado para conscientizar poder público, pessoas físicas e empresas.
A reciclagem é o processo de reaproveitamento de materiais que seriam descartados, possibilitando a reintrodução na cadeia produtiva, com a perspectiva de geração de valor e reutilização. Etelvino Patrício, presidente do SindRecicla-RN, diz que, além da sustentabilidade, a reciclagem tem cunho social e econômico. “Existem muitos pais de famílias que estão desempregados e que encontram na reciclagem uma fonte de renda e de manter sua dignidade. A reciclagem gera impostos, que são convertidos para educação, saúde e outras áreas”, defende.
No Rio Grande do Norte, a Reciclagem cresceu 300% nos últimos 10 anos, gerando cerca de 22 mil empregos diretos e indiretos. Para 2025, a previsão de crescimento é de mais de 20%. Esses números podem ser superados com a diminuição do uso de aterros sanitários. Etelvino frisa que o poder público precisa se dar conta de que, ao mandar o lixo para o aterro sanitário, paga a coleta, o transporte e a disposição para colocar no aterro. “Mas na hora que ele faz a reciclagem, a coleta seletiva, gera renda para a associação ou cooperativa, e gera economia dentro do próprio município”, pontua.
De acordo com a pesquisa global Elementos de Valor, divulgada pela Bain & Company, cerca de 70% dos consumidores entrevistados dizem estar dispostos a pagar um valor a mais (entre 10% a 25%) em nome da sustentabilidade. Fabrício Soler, professor, advogado especialista em Direito dos Resíduos e Direito Ambiental e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), é um dos palestrantes do evento e explica que a atividade começa a partir dos consumidores. “Com uma disposição ambientalmente adequada, o setor privado empresarial investe em melhoria dos produtos para aumentar a reciclabilidade dos produtos, investe em informação e implanta a logística reversa”, explica.
O Fórum de Reciclagem conta com painéis, palestras e apresentações culturais. Participam pequenos e grandes geradores de resíduos, associações, empresas da indústria, órgãos públicos e catadores. Soler liderou o tema de “Responsabilidade compartilhada, logística reversa e reciclagem”.
Para esta sexta, a manhã será de uma programação infantil, educação ambiental e apresentação teatral. À tarde, os participantes terão os painéis “Cases de práticas sustentáveis e tributação na reciclagem” com Luciana Balbino, empresária com forte atuação no turismo criativo e eleita uma das 100 mulheres mais poderosas do agronegócio pela revista Forbes; e Geraldo Rufino, fundador da maior empresa de reciclagem de peças de caminhões do país, no tema “O catador dos sonhos”. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Big Ticket, ao valor de R$100. As vagas são limitadas.
Tribuna do Norte
