A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou, na noite de segunda-feira (14), que identificou o surgimento de uma nova variante da ômicron no Amazonas. A cepa, chamada de BE.9, é uma evolução da sublinhagem BA.5.3.1 e pode ser responsável pelo recente aumento do número de casos no estado.
“O que nos deixou mais intrigados com a nova variante é que ela apresenta as mutações K444T e N460K na Spike, exatamente como a BQ.1.1”, diz o pesquisador Tiago Gräf. Ele explica que, de forma independente, a BA.5.3.1 gerou linhagens com as mesmas mutações na Spike – proteína utilizada pelo vírus para invadir as células humanas.
Apesar da BQ.1.1 já ter sido identificada em São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco e Rio de Janeiro, Gräf acredita que a linhagem não resulta em casos graves da doença, assim como a BE.9. “No Amazonas a onda da BE.9 parece já ter atingido seu auge e deve começar a diminuir em breve”, afirma.
Desde meados de outubro, a média de infecções pela covid-19 no Amazonas passou de 230 para cerca de 1 mil. Para investigar o que poderia estar causando o ressurgimento da doença no estado, pesquisadores sequenciaram mais de 200 genomas do Sars-CoV-2 de setembro e outubro e, assim, identificaram a nova variante.
