Fátima Bezerra reforça medidas de isolamento e estuda socorro ao setor de entretenimento

A governadora Fátima Bezerra concedeu entrevista ao Jornal da Tropical desta quarta-feira (10). A pandemia da covid-19 e as ações de contenção foram os principais temas da conversa com a gestora estadual.

Ela reforçou a necessidade das medidas de isolamento social como principal fator para diminuir a transmissilibade da doença e ainda falou sobre o apoio ao setor de entretenimento do estado.

“Eu peço por todos nós esse sacrifício. A vigência do decreto vai até a quarta-feira e é necessário esse gesto de solidariedade. A gente precisa aumentar o isolamento social. As forças de segurança estão desempenhando um papel fundamental. Elas não estão na rua para prender ninguém, e sim para proteger as pessoas”, declarou.

A governadora acrescentou que “essas medidas são necessárias, pois foi o que a ciência apontou. Até o momento, não existe outra saída para vencer essa doença”. Em seguida, ela citou que a vacinação é a outra medida ideal para conter a pandemia, mas criticou a demora no processo de imunização. “A vacina chega, mas é a conta-gotas. Não tem vacina suficiente. Esse é uma das reivindicações do pacto pela vida lançado por mais de 20 governadores nesta quarta-feira”, pontuou.

No último domingo (7), o RN teve o melhor índice de isolamento social do país. Fátima Bezerra celebrou o resultado e ressaltou que é preciso manter os números ao longo dos dias. “A sociedade aderiu ao pacto em defesa da vida no RN. Veja que o primeiro domingo de toque de recolher já trouxe efeito positivo. O que precisamos é dessa consciência coletiva para que não sejamos obrigados a tomar medidas mais restritivas ainda mais drásticas. Tenho esperança que o toque de recolher continuará sendo mantido para, quem sabe, no próximo decreto já tomarmos medidas mais suaves”, avaliou.

Socorro ao setor de entretenimento

Na entrevista à TV Tropical, a governadora ressaltou que a equipe econômica do governo estuda um socorro ao setor de entretenimento, um dos mais prejudicados pela pandemia da covid-19 e ainda pelas medidas restritivas. No entanto, Fátima Bezerra não deu mais detalhes sobre a ação. “Estamos estudando uma medida, dentro das limitações fiscais e orlamentárias do estado, e vamos anunciar medidas junto ao setor de entretenimento para amenizar essas medidas”.

“Nenhum gestor está tomando essa medida de toque de recolher porque quer. Já são 12 meses de pandemia. Eu olho sobretudo também aquele mais sofrido que não tem carteira assinada. Aqui no RN estamos modulando essas medidas mais restritivas”, acrescentou.

Leitos de UTI e insumos

A líder do Executivo falou ainda sobre os leitos e a situação dos insumos no Rio Grande do Norte. Ela destacou que o estado está chegando ao limite da abertura de novos leitos de UTI. A justificativa é limitação tanto de equipamentos quanto de recursos humanos. Ainda assim, ela endossou que mais de 100 novos leitos devem ser abertos nos próximos dias.

“De fato, a capacidade de expansão de leitos tem limite, por essas razões de natureza prática. Primeiro, a exaustão dos profissionais de Saúde. No RN, foram 4 mil profissionais contratados. Foram abertos 647 leitos ao longo da pandemia. Agora no pico novamente, nós tivemos que ter nova expansão de leitos, foram mais 147 e estamos com programação de mais 110 leitos. É importante destacar que não tem leito de UTI que dê jeito”, alertou.

Ela reforçou: “Chegamos num grau de gravidade em que a transmissibilidade é muito mais destruidora por causa da mutação do vírus, levando a morte até dos mais jovens. Por isso, essas medidas mais rígidas se fazem necessárias para diminuir a taxa de transmissibilidade do vírus”, frisou.

Sobre os insumos, a governadora disse que o RN tem estoque de oxigênio assegurado. No entanto, citou que o envio de equipamentos feito pelo Ministério da Saúde teve falhas nas quantidades. “Eu tenho conversado com o ministro e solicitado o apoio do governo federal para manutenção e expansão de novos leitos, mas o ministro tem colocado a falta de insumos e equipamentos. Ele mandou 40 ventiladores, mas não mandou bombas de infusão. Os respiradores tradicionais só vieram 10. Ele simplesmente disse que está com dificuldade de aquisição de equipamentos”, relatou.

“Nós estamos aqui, fruto do nosso planejamento, com nosso estoque de oxigênio assegurado em virtude dos investimentos que tivemos ao longo da pandemia. Os medicamentos nós temos, mas estamos cobrando ao governo federal”, finalizou.

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