EM PLENA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS: Sem médico de plantão, Hospital Regional de Santo Antônio fecha as portas e deixa população sem atendimento

Em meio à pandemia do coronavírus, quem procurou o atendimento no Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal em Santo Antônio na noite deste sábado (28) se deparou com as portas da unidade de urgência e emergência fechadas e ficou a própria sorte. No portão foi colocado um aviso comunicando que o hospital estava sem médico plantonista para atender a população e pelo motivo da falta do profissional não seria possível prestar assistência.

Um fato inédito jamais ocorrido antes na unidade, que vem há muito tempo enfrentando essa situação de falta de médicos, mas nunca havia fechado as portas deixando a população sem qualquer tipo de atendimento. A situação revoltou as pessoas que chegaram no hospital para serem atendidas e se depararam com a unidade fechada, tendo que procurarem atendimento em hospitais de outros municípios. “Passei esta noite um momento desesperador porque quando cheguei no hospital da minha cidade para consultar minha netinha de 3 anos que estava com febre muito alta, fui surpreendida com portão do hospital regional fechado. Imediatamente, saímos em desespero com destino a cidade de Brejinho e, graças a Deus, lá tinha médico e minha neta foi atendida”, disse uma cidadã. “Essa não é a primeira vez que falta médico no hospital de Santo Antônio. Isso já é de costume acontecer, mas foi a primeira vez que eu vi o hospital fechado sem ter ninguém para dar satisfação ao paciente. Isso não pode acontecer, isso é crime. Espero nunca mais tenha que passar por um momento tão horrível desse”, completou.

Uma outra que chegou ao hospital com sua mãe em busca de atendimento médico fez um vídeo relatando a situação. Assista ao relato abaixo.

A enfermeira-chefe do hospital, Jussara, contou que o médico que estaria de plantão no dia apresentou um atestado mais cedo e a direção da unidade foi comunicada, porém nenhuma providência foi tomada para substituir o profissional. A respeito do fechamento do portão da unidade, ela disse que apenas cumpriu ordens de seus superiores.

Por outro lado, a direção do hospital divulgou uma nota em que afirma que não autorizou nenhum funcionário a fechar o portão da unidade e que vai instaurar um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade por tal ato. Quanto a falta de médico, a direção confirmou que o profissional de plantão tinha apresentado atestado por estar sem condições de saúde e entrou em contato com as prefeituras de municípios da região que são atendidos no hospital para ceder um médico, porém nenhum disponibilizou um profissional, o que impossibilitou a prestação do atendimento na unidade.

Nota Oficial do Hospital Regional LGV

O HRLGV vem à público esclarecer que:
Na noite deste sábado (28), a Direção do HRLGV foi surpreendida por uma atitude arbitrária e inadmissível tomada por uma funcionária desta instituição, que, sem comunicar e usurpando a competência desta direção, mandou FECHAR os portões desta unidade hospitalar, causando transtornos e disseminando à insegurança quanto à saúde pública para nossa população, assim sendo, esclarecemos que:

A Direção Geral do HRLGV não autorizou, nem autoriza em momento algum o fechamento dos portões desta unidade, salvo em casos de necessidade extrema que vissem garantir a segurança dos funcionários e pacientes.

A Direção não concorda nem usa destes expedientes, pois como sabemos eles são contra a Lei e ferem as normas de atendimento ao público das unidades hospitalares.

Direção instaurará procedimento administrativo para verificar os excessos, bem como os responsáveis por tais medidas, e oferecerá denúncia em processo administrativo contra quem de direito for responsabilizado por tais atos perante à SESAP e os órgãos competentes.

A falta do médico plantonista no dia 28, se deu por este mesmo profissional ter apresentado atestado e estar sem à condição de saúde para oferecer os atendimentos, porém , em nada se justifica o fechamento dos portões da unidade hospitalar, que tem a obrigação de receber, prestar o acolhimento necessário e às informações , bem como orientar a busca por outra unidade onde o paciente possa ser devidamente atendido.

O HRLGV atende pacientes de 21 cidades da Regiao agreste, a Direção buscou junto às prefeituras parceiras a cessão de um médico para substituir o plantonista mas não obteve êxito, pois nenhuma das cidades dispunha de um profissional para ceder ao hospital regional, diante da negativa ficamos impossibilitados de prestar o atendimento devido à população, e por isso pedimos sinceras desculpas aos nossos usuários.

Nosso compromisso é sempre buscar o melhor atendimento, sempre comprometidos com uma saúde mais humanizada e que garanta aos nossos usuários o seu direito Constitucional à Saúde plena.

DIREÇÃO GERAL DO HRLGV