Corpo de Xexéu é velado no Centro de Velório e seu sepultamento acontece amanhã

O corpo do poeta João Gomes Sobrinho, Xexéu, está sendo velado no Centro de Velório de Santo Antônio. O poeta morreu na manhã desta quarta-feira (29), aos 81 anos, no hospital regional de Santo Antônio. Xexéu vinha enfrentando problemas de saúde após sofrer um Acidente Vascular Cerebral(AVC), e ficou internado por 40 dias.

O sepultamento de Xexéu acontecerá nesta quinta-feira, dia 30, às 08h, no Cemitério São Judas Tadeu.

Xexéu era o poeta mais antigo em atividade no Rio Grande do Norte. O apelido era alusivo ao pássaro com o mesmo nome.

Xexéu nasceu no Sítio Lajes e aprendeu a cantar assistindo a outros cantadores de viola. Reconhecido na sua área, ele recebeu o diploma de declamador de cultura popular e o certificado de mestre pela Fundação José Augusto, bem como foi agraciado como Patrimônio Imaterial da Cultura Popular do Rio Grande do Norte e pertence à Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira número 30, cujo patrono é o poeta Luiz Souza da Costa Pinheiro.

Apesar da vocação pelo mundo das letras, Xexéu frequentou a primeira sala de aula somente no final da década de 1950, quando passou um período morando em Recife-PE. Ele recorda que andava por todos os lados com um livrinho do ABC dentro do chapéu, quando criança, pois seu sonho era ler e escrever. Então, ao notar sua inteligência e interesse pela escrita, um amigo de seu pai o levou para viver na capital pernambucana durante a juventude. Contudo, com o adoecimento do pai,  retornou à terra natal com o curso ginasial e cada vez mais interessado pela poesia.

Ao longo de oito décadas de vida, ele contabiliza hoje que já escreveu mais de 800 poemas de cordel, abordando diversos temas como a cidade e o sítio onde nasceu, em Minha terra; suas referências musicais, no poema Cem anos sem Gonzagão; assim como temáticas de cunho social, como em A terra pede socorroA farsa do passe livre ou O retirante da seca, rimas que revelam sua consciência sobre a preservação da natureza, transporte público ou a seca do Sertão, respectivamente.

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