Com nova política da Petrobras, gasolina sobe 11% em três meses

Desde que a adotou a política de reajuste diário de preços da gasolina, no dia 3 de julho, a Petrobras alterou 58 vezes o valor do combustível vendido pelas refinarias do País. No período até sexta-feira (29), a estatal elevou o preço da gasolina 28 vezes e diminuiu em 30 oportunidades.

Neste período, as alterações fizeram com que o valor médio cobrado pelo litro da gasolina subisse 11,32% (R$ 0,395) nas bombas e 13,29% (R$ 0,404) nas distribuidoras que repassam o líquido aos postos.

Com os valores, é possível afirmar que o preço da gasolina aos motoristas teve uma variação real de 10,94% desde a adoção da nova política da Petrobras. O reajuste é mais de 30 vezes maior do que a inflação de 0,34% acumulada do período entre julho e setembro, de acordo com o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), Paulo Miranda Soares, explica que os postos compram o combustível por um valor estabelecido pelas distribuidoras. Por isso, afirma que as empresas aumentam os preços sempre que a Petrobras reajusta valor, mas não repetem a mesma agilidade quando a petroleira reduz o custo dos combustíveis.

— No varejo, é uma briga. Se eu repasso meu preço e o meu vizinho não, eu perco o cliente na hora. Os clientes não têm fidelidade a uma marca. […] Nós não conseguimos repassar os preços ao consumidor diariamente, com a mesma agilidade que as companhias fazem, e isso acabou nos causando muitos problemas.

R7