Chuvas em 2023 ficaram acima da média esperada no RN, de acordo com Emparn

Pelo segundo ano consecutivo, o Rio Grande do Norte terminou o ano com volumes de chuva acima da média esperada. Em 2023, choveu no estado 897,2mm, enquanto o esperado era de 821,2mm, representando 9,2% acima do acumulado esperado para 12 meses, de acordo com o Sistema de Monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). Apenas a região Leste Potiguar registrou volumes abaixo da média esperada com percentual negativo de 8,6% (1.238,8mm). A região Agreste foi a mais chuvosa em termos percentuais, com 836,6 mm (+36,6%), seguida do Oeste Potiguar com 902mm (+ 23%) e Central Potiguar com 611mm (+4,2). Mais de 80% dos 167 municípios do estado, estão classificados entre as categorias normal, chuvosos e muito chuvosos.

Os fenômenos La Ñina e El Ñino atuaram durante o ano de 2023 afetando a estabilidade climatológica da região, favorecendo a chuvas no primeiro trimestre. O chefe da unidade de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, explica que “ o ano de 2023 começou sob influência do Fenômeno La Niña numa condição fraca, mesmo assim favoreceu a ocorrência de chuvas acima do normal nos meses de janeiro, fevereiro e março. A partir do mês de maio, com os primeiros sinais do fenômeno El Niño, as chuvas apresentaram uma diminuição, ficando o Estado com chuvas abaixo do normal justamente no período chuvoso nas regiões Leste e Agreste Potiguares e chuvas acima do Normal nas demais regiões”.

Ondas de calor
Sobre as temperaturas, o ano de 2023 o primeiro trimestre apresentou valores dentro da normalidade, porém nos meses seguintes, já sob a influência do El Ñino, mesmo sendo meses climatologicamente mais quentes, as temperaturas máximas apresentaram valores acima do normal entre os meses de setembro a novembro. “Destacamos o município de Caicó, no Seridó Potiguar, que no dia 29 de setembro, com 40,06oC, valor nunca antes registrado para o mês de setembro”, disse Gilmar.

Previsão Climática para 2024

A previsão climática para os meses de janeiro e fevereiro de 2024, estação pré-chuvosa, deverão apresentar acumulados de chuva acima do normal, devido a atuação de sistemas meteorológicos transientes como os Vórtices Ciclônicos de Ar Superior (VCANS), Sistemas Frontais e Linhas de Instabilidades. “Os primeiros dias de janeiro registraram chuvas em todas as regiões do estado. As análises indicam que partir da segunda quinzena chuvas mais intensas deverão voltar a ocorrer devido a presença desses sistemas”, disse Bristot.

As primeiras análises sobre a previsão para a quadra chuvosa no interior (março, abril, maio) indicam a tendência de chuvas abaixo do normal, mesmo com a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), sistema meteorológico responsável pelas chuvas no interior do estado nesta época do ano. “Estamos analisamos semana a semana, mês a mês para elaborarmos a previsão mais próxima da realidade”, explicou o meteorologista.
A previsão de volumes médios mínimos para o estado para o estado são 60,4mm (janeiro 2024) e 92,9mm (fevereiro). Em março, o máximo esperado é de 159,7mm.