Escravidão contemporânea: RN é o 8º no ranking de trabalhadores resgatados

Em 2022 foram resgatados 60 trabalhadores do Rio Grande do Norte que estavam sendo explorados em condições de escravidão contemporânea. O número coloca o RN como o 8º no ranking nacional em relação ao local de residência. Esses potiguares foram resgatados em outros estados do país.

Nas sete ações realizadas no RN pelos auditores-fiscais, 32 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão. Nesse caso, o RN ficou em 13º lugar no ranking nacional em número de trabalhadores resgatados no próprio estado e em 18º no número de ações de combate ao trabalho escravo realizadas durante 2022.

As atividades econômicas em que mais houve exploração de mão de obra em condição análoga à escravidão foram: a produção florestal – coleta de produtos não-madeireiros, a extração de sal marinho e a extração e britamento de pedras e outros materiais para construção e beneficiamento associado.

O auditor-fiscal e chefe de fiscalização do Ministério do Trabalho, Daniel Magalhães, alerta para casos em que há, além da exploração do trabalhador, a do meio ambiente. “A exploração de pessoas para retirar a cera da carnaúba pode ir até a ponta que poderá encontrar seu uso na indústria automobilística”, assegura.

Segundo o auditor-fiscal, os casos não terminam quando as pessoas são resgatadas. “A cadeia tem grandes chances de ter rastros e, muitas vezes, a sociedade se utiliza de uma cegueira deliberada”, declarou.

Brasil

Em 2022 o Ministério do Trabalho e Emprego resgatou no Brasil 2.575 pessoas em situação análoga à de escravo. Com esse número o país atinge 60.251 trabalhadores resgatados desde a criação de grupos especiais de fiscalização móvel essenciais no combate à escravidão contemporânea.

O dia 28 de janeiro é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a data foi instituída pela Lei nº 12.064, de 29 de outubro de 2009 em homenagem aos auditores-fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e ao motorista Ailton Pereira de Oliveira, que foram assassinados em 28 de janeiro de 2004 quando se deslocavam para uma inspeção em fazendas da região de Unaí (MG), episódio que ficou conhecido como Chacina de Unaí. Na época, Nelson Silva era lotado na Gerência Regional do Trabalho de Paracatu/MG e os outros três servidores na Superintendência Regional do Trabalho/MG, em Belo Horizonte. O culpados até hoje seguem impunes.

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