O ex-presidente Michel Temer (MDB) virou réu por corrupção passiva no caso da mala de R$ 500 mil da JBS. A decisão é do juiz Rodrigo Parente Paiva, da 15ª Vara da Justiça Federal em Brasília.
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures já é réu no mesmo processo. Loures era apontado como intermediário do presidente Michel Temer para assuntos da JBS com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Na decisão, o magistrado afirma ter uma “narrativa coerente de eventos sequenciais” na denúncia do MP.
“Pelos relatos apresentados e devidamente materializados nos relatórios policiais, áudios, vídeos, fotos e diversos documentos colhidos no curso das investigações efetivadas no âmbito do Inquérito Policial 4517/STF, encontram-se presentes, pois, os pressupostos processuais e condições da ação, podendo-se extrair de todo o arrazoado, e do conjunto probatório reunido até o presente momento, elementos que evidenciam a materialidade do crime imputado e indícios de autoria, os quais justificam a instauração do processo penal”, afirma o juiz no documento.
Em 22 de maio de 2017, o ex-deputado foi gravado recebendo uma mala de 1 executivo da JBS, em ação controlada pela PF (Polícia Federal), como parte da delação de Joesley Batista. Para o Ministério Público, os R$ 500 mil dentro da mala eram propina e Temer o destinatário do dinheiro. O ex-presidente nega.
Ainda segundo o MP, os pagamentos poderiam chegar ao patamar de R$ 38 milhões ao longo de 9 meses.