Tia de adolescente encontrada morta cita secretário do município e faz desabafo: ” Mães fiquem atentas com quem coloca dentro de suas casas”

Reprodução

A servidora pública Ruth Maria Félix,  tia da adolescente Emilly Roniclesia Porto Félix, de 15 anos, que foi encontrada morta nesta quarta-feira (19), desabafa e pede para que  as famílias tenham muito cuidado com quem bota dentro de casa.

Ruth Félix contou ao MH que a sobrinha saiu de casa às 21h do sábado (15), para ir ao encontro da mãe, na região de Patu, que fica na saída para cidade de Catolé do Rocha (PB), e que, após este momento, não mais foi vista.

Quando a mãe da menina chegou em casa, por volta das 22h, foi que deram conta do desaparecimento dela. Fizeram buscas na cidade e não a encontraram. “No início das buscas, naquele momento, a gente achava que ela havia fugido com um namorado da internet”, diz Dona Ruth Félix.

Os familiares relataram ao MH, que Tallyson Vagner Dantas de Almeida, de 21 anos, cunhado da menina, até então demonstrava “empenho nas buscas”. Inclusive ele teria contato que teria oferecido carona a menina, que ela não teria aceito e teria seguido a pé em busca da mãe.

Tallyson teria dito também, em tom debochado, que a menina devia ter fugido com um namorado e que iria aparecer. “Ele comprou bolacha, todinho e ficou todo sorridente”, conta o comerciante Ivanílson Araújo Dantas, que mora perto da casa da vítima.

A esposa de Tallyson, contou que ele havia saído de casa por volta das 3h da madrugada de domingo (16), dizendo que estava com dor de cabeça e que iria ao hospital local. Ele apareceu na manhã do domingo.

Durante todo o domingo, os familiares, amigos e a polícia fizeram buscas na região, na maioria das vezes em destinos indicados por Tallyson, na direção da Paraíba, o oposto onde o corpo viria ser encontrado. “Até encontramos um corpo de um homem na região de Belém do Brejo do Cruz”, diz Ivanílson Araújo.

No domingo à noite, por volta das 20 horas, o Boletim de Ocorrência foi registrado, na Delegacia Regional de Patu. O delegado Paulo Cesário disse que a equipe que estava de plantão fez o BO e já realizou as primeiras buscas com a Polícia Militar.

Na segunda-feira, dia 17, os familiares começaram a desconfiar de Tallyson. Isto porque ele teria ido com o secretário de Cultura de Patu, Hudson Holanda, logo cedo no domingo, antes da polícia, buscar as imagens das câmeras por onde a menina teria passado.

O carro dele foi encontrado em frente à casa de Hudson Holanda. Daí começaram as desconfianças da família de que Tallyson teria pego a menina.

Neste mesmo momento, o vigilante José Maria Petronilo Rodrigues ficou sabendo das histórias de Tallyson e procurou o pai da menina, Rônei Félix Azevedo de Lira, de 56 anos , e a polícia, para contar o que sabia sobre o caso.

Zé Maria contou que estava retornando do trabalho, por volta das 3h15 da madrugada do domingo (16), quando viu Tallyson comprando gasolina num posto de combustível nas margens da BR 226. Tallyson teria explicado ao frentista que a gasolina era para ajudar um amigo que estava precisando no trevo da cidade de Messias Targino-RN.

“Mas ele pegou a gasolina e saiu na direção de Caraúbas”, conta Zé Maria, lembrando, inclusive, que a quantidade de gasolina comprada (2 litros) não coube no vasilhame e que Tallyson mandou o frentista do posto botar no tanque do carro.

Com a história contada por Zé Maria, as buscas se intensificaram na região. Na casa da vítima, outros familiares pressionaram Tallyson para ele dizer onde estava a menina.

Diante dos novos fatos, Polícia Militar localizou Tallyson no carro de Hudson Holanda e o conduziu a Delegacia Regional para explicar as suspeitas. Em depoimento ao delegado Paulo Cesário, Tallyson negou ter sumido com a menina, mas entrou em contradição.

Em sua primeira versão, contou que não teria como saber da menina “Molequinha” porque estava namorando o secretário de Cultura Hudson Holanda. O delegado Paulo Cesário mandou policial checar a informação e Hudson Holanda não confirmou a conversa.

Neste momento, havia inúmeras pessoas em frente à Delegacia Regional. O veículo possivelmente usado por Tallyson para cometer o crime já estava recolhido. “Eu vi que tinha manchas de sangue no capô do carro do lado do passageiro”, conta Ruth Maria Félix.

Após prestar depoimento contraditório, Tallyson saiu de Patu e foi encontrado morto em Mossoró-RN, no final da tarde de terça-feira.

Com informações do Mossoró Hoje