Alvos da PF, assessores de Bolsonaro triplicaram ganhos em viagens aos EUA

Um grupo de assessores de Jair Bolsonaro (PL) está sendo investigado pela Polícia Federal por multiplicar seus ganhos mensais em diárias durante viagens com o ex-presidente aos EUA, entre dezembro e março passado. De acordo com dados do Portal da Transparência, consultados pelo UOL e pela Agência Fiquem Sabendo, quatro assessores investigados receberam quase R$ 400 mil em diárias, mais do que o dobro do que ganharam durante todo o mandato.

O PM Max Guilherme Moura e os militares Sérgio Cordeiro, Mauro Cid e Marcelo Câmara foram pagos pelo governo federal para assessorar Bolsonaro em Orlando (EUA) e três deles tiveram seus ganhos mensais multiplicados entre quatro e sete vezes.

Segundo as investigações, os assessores são suspeitos de participar de um esquema de fraude de certificados de vacinação antes da ida aos EUA. Os três primeiros foram presos e o quarto foi alvo de busca e apreensão. Durante os 90 dias em que Bolsonaro esteve nos EUA, os assessores se revezaram para ir a Orlando: Max ficou 64 dias, Cordeiro e Câmara, 63 dias cada um, e Mauro Cid, dois dias.

No total, o governo gastou R$ 397 mil em diárias aos quatro assessores em solo norte-americano. Durante todo o governo Bolsonaro, os mesmos assessores receberam em diárias menos da metade desse valor (R$ 174 mil). Um dos motivos da diferença é que, no exterior, as diárias são pagas em dólar.

O segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que também é investigado pela PF, recebeu diárias durante o mandato de Bolsonaro, e o governo gastou R$ 727 mil em passagens e diárias de cinco investigados entre 2019 e março passado.

Apesar de estarem detidos, todos os assessores continuam no cargo e recebendo salários.

*Com informações do UOL